Modalidade de investimento tem atraído cada vez mais brasileiros nos últimos anos
ada vez mais no mundo dos investimentos ouvimos o termo investimento-anjo. O tema já invadiu programas de entretenimento, como o “Shark Tank Brasil”,
e grandes influenciadores e celebridades têm falado sobre isso. Mas, afinal, o que é investimento-anjo e por que está na moda?
De acordo com dados do Ministério da Economia, os últimos quatro meses do ano passado seguiram a tendência observada em períodos anteriores, e o número de empresas abertas no Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão.
Seja impulsionado pelo alto índice de desemprego no país ou pelas novas demandas dos próprios profissionais que surgiram durante a pandemia de Covid-19 - como o trabalho remoto -, o empreendedorismo nunca esteve tão aquecido por aqui.
Para começar uma empresa, seja ela qual for, o empreendedor precisa de um investimento inicial. Mas há empresas que têm a ambição de trazer uma inovação expressiva em algum mercado, mudando totalmente a forma de fazer algo que já é repetido por muitos anos. É nestes casos que entra em
cena as modalidades de investimento batizadas de venture capital.
O venture capital nada mais é que investir em empresas em estágio inicial - normalmente em seus primeiros anos de existência - de até médio porte, que tenham a promessa de crescimento exponencial. Ele é ideal para pessoas que, além de dinheiro, também almejam destinar seu tempo para apoiar empreendedores nos desafios que aparecem nessa jornada de criar empresas e ajudá-las a crescer.
O investidor-anjo aporta suas habilidades técnicas, experiência e rede de contatos para que a empresa tenha mais chance de vencer obstáculos. Se você se interessou por essa modalidade de investimento, tenho algumas dicas para iniciar a sua jornada como investidora-anjo:
Comece decidindo quanto do seu patrimônio você quer alocar: o investimento-anjo é considerado de altíssimo risco, além de ter baixa liquidez e resultado de longo prazo. A alocação de 10% de sua carteira nessa modalidade de investimento só faz sentido para investidoras de perfil bastante arrojado! Pense em manter ao redor de 5% de seu patrimônio e lembre-se que pode levar cerca de cinco anos para ter retorno sobre o investimento;
Desenhe a sua tese de investimento: ela é o primeiro filtro para o investidor. A tese norteia suas decisões de em qual startup investir. Minha sugestão é que a sua esteja relacionada às suas habilidades pessoais
e profissionais. Avaliar empresas que estão construindo soluções na sua área de atuação
pode ser um começo mais seguro;
Não precisa ser solitária! Busque grupos de investidores-anjo para aprender, na prática, como avaliar empresas em estágio inicial. Hoje, no Brasil, contamos com dezenas de diferentes comunidades que podem apoiar a sua jornada! Encontre a que se conecta mais com
as suas necessidades e comece a aprender antes mesmo de investir.
Flávia Mello é cofundadora do Sororité, rede de investidoras-anjo, e investidora em empresas fundadas e orientadas por e para mulheres.